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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O PONTO CEGO

O ponto cego
por Adriana Garibaldi


Todos carregamos um ou vários pontos cegos em nossa personalidade. Ângulos escuros que
desconhecemos.
Acreditamos piamente que somos capazes de nos avaliar de modo correto, que sabemos
exatamente quem somos, nossos sentimentos e desejos ocultos, nossas deficiências.
Contudo, existem muitos pontos cegos em nós e nos surpreendemos ao constatar o montante que
em nós somos incapazes de enxergar.
Ver os traços que nos desagradam nos outros é fácil, mas enxergá-los em nós mesmos é bastante
cheio de contradições, não por autocomplacência ou por nos imaginarmos como seres perfeitos,
criaturas resolvidas, mas porque de fato existe aquela cegueira que nos impede de fazer uma
avaliação clara a respeito de muitos de nossos aspectos mais profundos e desconhecidos.
Quando nos referimos ao nosso lado sombra, logo imaginamos ser como um monstro de sete
cabeças que se esconde nas profundezas da nossa alma prestes a nos atacar. No entanto, nosso
lado sombra representa a totalidade de nossos pontos cegos, aquilo que não vemos, que fica na
sombra da consciência e, não necessariamente, exprime uma faceta perversa. Pode nossa sombra
bem ser aquela parte que nos impulsiona ao progresso, despertando-nos e nos cutucando. Uma
parte oculta que nos cabe desvendar, olhando para nossos próprios mistérios e riquezas, valores e
também deficiências, sem temê-las.
Abraçar nossa sombra é integrá-la à nossa parte consciente, permitindo-nos usufruir de todo o
potencial de experiência que faz parte da nossa totalidade ainda desconhecida e profundamente
rica.
As contingências da vida funcionam como gatilhos que acionam os registros ocultos, tendências e
sistemas de crenças que precisam ser revistos e analisados com o propósito de reformulá-los.
Temos plena consciência que o grande cabedal de conhecimentos adquiridos por nós em vidas
sucessivas compõem nossa bagagem emocional, psíquica e espiritual em que aquisições nobres
coabitam com algumas falhas e desvios de personalidade que viemos carregando por séculos a fio
sem termos a lucidez necessária para olharmos para isso tudo com objetividade. Um ponto cego
ou vários pontos cegos que precisaremos ver.
A nossa vida é como uma peça de tapeçaria que confeccionamos ponto a ponto, laço a laço, nó a
nó.
Os pontos representam as nossas ações conscientes, nossos esforços individuais em nos
conhecer e acertar o passo à procura de nosso crescimento individual.
Os laços refletem as relações interpessoais, envolvimentos afetivos felizes, interações proveitosas
em que a nossa afetividade é construída em vínculos genuínos de intercâmbio fraterno.
E os nós? Ah, os nós... Os nós são nossa pedra de tropeço, nossos desafios, nossos inimigos
declarados ou não, enfim, a bagagem cármica que nos instiga e às vezes nos combate. Uma
parcela de experiência em princípio desconfortável, porém, imensamente proveitosa ao nosso
crescimento, já que através dela somos capazes de entrever nossos pontos cegos, nossa sombra,
em todas as nuances e matizes desde o mais escuro ao mais claro.
Aquelas criaturas difíceis que habitam em nosso espaço, sem dúvida, são nossos mais
competentes professores com os quais podemos aprender a arte da paciência e do respeito às
diferenças, são eles que nos ajudam no caminho da autopercepção.
Ampla escola de sabedoria onde aprendemos a desfazer os nós apertados de dor que nos
aprisionam mutuamente, libertando-nos a nós e aos outros, por médio do amor e do perdão, capaz
de trazer claridade e paz às nossas vidas.

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