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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A AGONIA DO COLESTEROL




Por Dr Drauzio Varella

A agonia do colesterol

Nunca me convenci de que essa obsessão para abaixar o colesterol às custas
de remédio aumentasse a longevidade de pessoas saudáveis.

Essa crença - que fez das estatinas o maior sucesso comercial da história
da medicina - tomou conta da cardiologia a partir de dois estudos
observacionais: Seven Cities e Framingham, iniciados nos anos 1950.

Considerados tendenciosos por vários especialistas, o Seven Cities
pretendeu demonstrar que os ataques cardíacos estariam ligados ao consumo
de gordura animal, enquanto o Framingham concluiu que eles guardariam
relação direta com o colesterol.

A partir dos anos 1980, o aparecimento das estatinas (drogas que reduzem os
níveis de colesterol) abafou as vozes discordantes, e a classe médica foi
tomada por um furor anticolesterol que contagiou a população. Hoje, todos
se preocupam com os alimentos gordurosos e tratam com intimidade o "bom"
(HDL) e o "mau" colesterol (LDL).

As diretrizes americanas publicadas em 2001 recomendavam manter o LDL
abaixo de cem a qualquer preço. Ainda que fosse preciso quadruplicar a dose
de estatina ou combiná-la com outras drogas, sem nenhuma evidência
científica que justificasse tal conduta.

Apenas nos Estados Unidos, esse alvo absolutamente arbitrário fez o número
de usuários de estatinas saltar de 13 milhões para 36 milhões. Nenhum
estudo posterior, patrocinado ou não pela indústria, conseguiu demonstrar
que essa estratégia fez cair a mortalidade por doença cardiovascular.

Cardiologistas radicais foram mais longe: o LDL deveria ser mantido abaixo
de 70, alvo inacessível a mortais como você e eu. Seríamos tantos os
candidatos ao tratamento, que sairia mais barato acrescentar estatina ao
suprimento de água domiciliar, conforme sugeriu um eminente professor
americano.

Pois bem. Depois de cinco anos de análises dos estudos mais recentes, a
American Heart Association e a American College of Cardiology, entidades
sem fins lucrativos, mas que recebem auxílios generosos da indústria
farmacêutica, atualizaram as diretrizes de 2001.

Pasme, leitor de inteligência mediana como eu. Segundo elas, os níveis de
colesterol não interessam mais.

Portanto, se seu LDL é alto não fique aflito para reduzi-lo: o risco de
sofrer ataque cardíaco ou derrame cerebral não será modificado. Em
português mais claro, esqueça tudo o que foi dito nos últimos 30 anos.

A indústria não sofrerá prejuízos, no entanto: as estatinas devem até
ampliar sua participação no mercado. Agora serão prescritas para a multidão
daqueles com mais de 7,5% de chance de sofrer ataque cardíaco ou derrame
cerebral nos dez anos seguintes, risco calculado a partir de uma fórmula
nova que já recebe críticas dos especialistas.

Se reduzir os níveis de colesterol não confere proteção, por que insistir
nas estatinas? Porque elas têm ações anti-inflamatórias e estabilizadoras
das placas de aterosclerose, que podem dificultar o desprendimento de
coágulos capazes de obstruir artérias menores.

O argumento é consistente, mas qual o custo-benefício?

Recém-publicado no "British Medical Journal", um artigo baseado nos mesmos
estudos avaliados pelas diretrizes mostrou que naqueles com menos de 20% de
risco em dez anos as estatinas não reduzem o número de mortes nem de
eventos mais graves. Nesse grupo seria necessário tratar 140 pessoas para
evitar um caso de infarto do miocárdio ou de derrame cerebral não fatais.

Ou seja, 139 (em 140 pessoas) tomarão inutilmente medicamentos caros que em
até 20% dos casos podem provocar dores musculares, problemas
gastrointestinais, distúrbios de sono e de memória e disfunção erétil.

A indicação de estatina no diabetes e para quem já sofreu ataque cardíaco,
por enquanto, resiste às críticas.

Se você, leitor com boa saúde, toma remédio para o colesterol, converse com
seu médico, mas esteja certo de que ele conhece a literatura e leu com
espírito crítico as 32 páginas das novas diretrizes citadas nesta coluna.

Preste atenção: mais de 80% dos ataques cardíacos ocorrem por conta do
cigarro, vida sedentária, obesidade, pressão alta e diabetes. Imaginar ser
possível evitá-los sentado na poltrona, às custas de uma pílula para
abaixar o colesterol, é pensamento mágico.

Drauzio Varella é médico cancerologista. Por 20 anos dirigiu o serviço de
Imunologia do Hospital do Câncer. Foi um dos pioneiros no tratamento da
Aids no Brasil e do trabalho em presídios, ao qual se dedica ainda hoje.

Veja como publicado:

http://drauziovarella.com.br/?s=Colesterol+-+Fim+do+Mito



*Lembre-se sempre*:

*"Embora ninguém possa voltar atrás e  fazer um novo começo, qualquer um
pode  começar agora e fazer um novo fim".*


O QUE É A VERDADEIRA FELICIDADE ?


Matéria Traduzida da Revista Tricycle



Por mais de três décadas, o estudioso e contemplativo B. Alan Wallace considerou a questão perene sobre o que é a felicidade sob duas perspectivas: a da ciência moderna e a prática de meditação budista tradicional. Estas duas disciplinas estão no coração do Instituto Santa Barbara de Estudos da Consciência , lançado por Wallace há um ano a fim de realizar um rigoroso estudo científico de métodos contemplativos, com a colaboração de pesquisadores consagrados em psicologia e neurociências.

A pesquisa inicial foi co patrocinada pelo Instituto que inclui o Projeto Shamatha , um estudo de longo prazo dos efeitos da shamatha intensiva – tranquilidade – praticada com a cognição e a emoção, e do Programa de Atenção Consciente (PAC), que está avaliando o treinamento da mente para o tratamento de Transtorno de Déficit de Atenção (TDAH) . Cultivando  o Equilíbrio Emocional: um programa, agora,  em fase de experiências clínicas  que combina técnicas de tradição budista e da psicologia ocidental com potenciais aplicações difundidas para os budistas e não- budistas. Tudo isso reforça a missão do instituto em identificar e cultivar os estados mentais associados com o ideal de felicidade e bem-estar. Até agora, a pesquisa parece confirmar o que Wallace e outros praticantes budistas descobriram empiricamente ao longo dos últimos duzentos e cinquenta anos: que a meditação pode não só enfrentar as emoções destrutivas que ficam no caminho da felicidade como também fomentar os fatores positivos que dão origem a isso. A verdadeira felicidade, como Wallace enfatiza em um novo livro, “Genuine Happiness” (Wiley, 2005) não é fruto de armadilhas mundanas e ambições, e sim de uma mente focada e de um coração aberto.

O editor-chefe da Tricycle, James Shaheen, visitou Wallace em sua casa na Califórnia, próximo ao Instituto Santa Barbara, para discutir o que o budismo e a meditação têm para nos oferecer em nossa busca pela felicidade.

O que é a verdadeira felicidade? Eu prefiro o termo “florescimento humano”, que é uma tradução da palavra grega eudaimonia. A tradução mais comum é “a verdadeira felicidade”, mas “florescer” é mais apurado. Assim como a noção budista de “sukkha” e “ananda” – felicidade/ alegria em Hindu, florescer é uma sensação de felicidade que está além das vicissitudes momentâneas do nosso estado emocional.  E no que esta felicidade implica? Em uma vida significativa.

O que torna uma vida significativa? Eu considero todos os dias, não apenas a vida como um todo. Eu olho para quatro ingredientes:

 Primeiro, foi um dia de virtude? Estou falando de ética budista básica, evitando um comportamento prejudicial ao corpo, fala e mente, nos dedicando a um comportamento saudável e qualidades como a consciência e a compaixão.

Em segundo lugar, eu gostaria de me sentir feliz ao invés de extremamente infeliz. Os seres realizados que conheci são um exemplo de estados extraordinários de bem-estar, e mostram isto em seus comportamentos, suas maneiras de lidar com as adversidades, com a vida e com outras pessoas.

E em terceiro lugar, a busca pela verdade, procurando compreender a natureza da vida, da realidade, das relações interpessoais ou a natureza da mente. Mas você pode fazer tudo isso sentado tranquilamente em uma sala. Nenhum de nós existe de forma isolada. No entanto, para que haja um quarto ingrediente,  uma vida significativa também deve responder à pergunta:  ”Se eu puder olhar para o dia e ver que a virtude, a felicidade, a verdade  e uma  vida altruísta foram fundamentos salientes, eu posso dizer : “Sabe, eu sou um campista feliz .” Buscar a felicidade não depende do meu talão de cheques, do comportamento do meu cônjuge, do meu trabalho  ou do meu salário. Eu posso viver uma vida significativa mesmo que só me restem dez minutos…

Então a saúde física não é um ingrediente necessário? Nem um pouco. Um dos meus ex-alunos tem uma doença muito rara, e todos os dias ele vai para o hospital para fazer diálise e tratamento medicamentoso – o que irá fazer pelo resto de sua vida. Você poderia dizer: “Bem, isso é uma tragédia, uma situação sombria.” Mas da última vez em que falei com ele, ele disse: “Alan, eu estou florescendo.” E ele estava. Ele encontrou uma maneira dentro dos parâmetros muito limitados sobre o que estava disponível para ele. Sua mente está clara. Ele está lendo, crescendo, meditando,  ensinando a meditação para outros doentes terminais em seu hospital. Ele está vivendo uma vida muito significativa em que ele pode dizer, honestamente, que está florescendo.

Qual é o segredo dele? Ele não está procurando a felicidade fora de si mesmo. Quando dependemos de coisas como emprego, um cônjuge ou dinheiro para nos satisfazer, estamos em uma situação infeliz, porque apostamos em algo externo. Além disso, outras pessoas estão competindo pela mesma coisa, e essa “coisa” não é infinita. Esta é a má notícia.

E a boa? A boa notícia é que a verdadeira felicidade não está lá fora, no mercado para ser comprada ou conseguida através do melhor professor disponível. Um dos segredos mais bem guardados é o de que a felicidade pela qual nos esforçamos  tão desesperadamente  através de nosso  cônjuge perfeito, nas crianças formidáveis, no trabalho agradável, na segurança, na saúde excelente e na boa aparência sempre esteve em nosso interior e está apenas esperando para ser revelada . Saber que o que estamos procurando vem de dentro muda tudo. Mas isso não significa que você não vai ter um cônjuge, um carro ou um trabalho satisfatório e sim que você está florescendo. Sua felicidade não depende tanto de eventos externos, pessoas e situações que estão além de seu controle.

Todos já ouviram falar que a riqueza não compra felicidade, mas poucos vivem como se isso fosse verdade. Em um grau mais profundo,  duvidamos disso e tentamos repetidamente assumir o controle de nosso ambiente externo e extrair dele as coisas que achamos que vai nos fazer felizes: posição social, sexo, segurança financeira e emocional. Eu acho que muitas pessoas em nossa sociedade desistiram de buscar a verdadeira felicidade. Elas perderam a esperança de encontrar a felicidade, a satisfação e alegria na vida. Elas pensam: “Bem, a verdadeira felicidade parece não estar disponível, então eu vou me contentar com um aparelho de som melhor.” Ou elas estão apenas sendo levadas: “Esqueça o prazer. Eu vou apenas tentar sobreviver a este dia.”

 Isto é muito trágico.

Isso soa como depressão. É um estado em que o espaço da mente se comprime e perdemos a visão. Eu penso na benignidade – o primeiro dos “Quatro Incomensuráveis”  ou das “Quatro Moradas Divinas” – como uma busca da visão. Na prática tradicional  maitri (sânscrito para benignidade) você começa com benignidade para si mesmo. Isso não significa “Que tipo de  trabalho bom eu poderia ter? Quanto dinheiro eu poderia conseguir? ” e sim em “Como eu  posso florescer? Como posso viver de forma que eu encontre verdadeiramente um significado gratificante, feliz e rejubilante? ” E como você imagina isso para si mesmo, você amplia este sentimento para fora: “Como pode  que as outras pessoas estejam sofrendo para encontrar a verdadeira felicidade? ”

Shantideva disse: “Aqueles que desejam escapar do sofrimento se apressam indo diretamente em direção a ele. Pelo próprio desejo de felicidade, pela ilusão, eles destroem a própria felicidade como se ela fosse um inimigo”Por que é assim? Por que não adotamos uma vida de virtude que nos traga a verdadeira felicidade que tanto desejamos?  Isto remete à  ideia de que somos tolos em relação ao que realmente nos traz a felicidade que buscamos. Pode ser que leve muito tempo até que percebamos o que está acontecendo, porque nos tornarmos tão obcecados pelo símbolo, pela imagem, pelo ideal, pela construção mental…”Se eu tivesse este cônjuge, este tipo de trabalho, esta quantia de dinheiro..se as pessoas me respeitassem a este ponto, se eu tivesse esta aparência.. “

 É ilusão. Todos nós conhecemos pessoas que têm boa saúde, amor, fama e riqueza  e, ainda assim, são miseráveis. Estas pessoas são alguns dos nossos maiores mestres. Eles nos mostram que você pode ganhar na loteria e perder na loteria da vida, em termos de busca da felicidade genuína.

Se alguém se aproxima do caminho da prática budista  com uma forte ênfase negativa e com a ideia de que o nirvana é apenas livrar-se das coisas, então, à primeira vista, nirvana pode parecer muito chato. Mas nirvana não é apenas erguer-se para o neutro ou para o “nível normal de infelicidade de Freud.”  É muito mais do que isto. E é aí que entramos em contato com esta questão do nosso estado habitual dukkha, de estar insatisfeito, ansioso. Mas a premissa budista, que é extremamente inspiradora , é que o que é verdadeiramente” habitual” é o seu estado natural de consciência, a base da consciência. Esta é uma fonte de felicidade e pode ser descoberta, começando com as práticas meditativas como shamata, a clarificação da atenção e de se conscientizar sobre como as coisas realmente são. A questão toda do Buda-Darma é de que a libertação não vem pela crença no conjunto de princípios corretos ou de afirmações dogmáticas, ou necessariamente, comportando-se da maneira certa. É um “insight”, é sabedoria, é entender a natureza da realidade. E só a verdade nos libertará.

Quando você diz “verdadeira felicidade”, a insinuação é de que existe um outro tipo. Sim. Confundimos o que os budistas chamam de “As Oito Preocupações Mundanas” com a verdadeira busca da felicidade: a aquisição de riqueza e de não perdê-la; a aquisição de prazeres de estímulo rápido para evitar a dor;  enaltecer e evitar o abuso ou o ridículo e o desejo de uma boa reputação, temendo o desprezo ou a rejeição.  A questão a ser mencionada aqui é a de que não há nada de errado com as coisas do lado positivo. Pense nisso: você seria uma pessoa melhor se não estivesse usando este suéter? Não. Não há nada de errado com aquisições, mas há algo de errado em pensar que elas lhe trarão felicidade. A verdadeira felicidade consiste simplesmente em dar uma “chacoalhada” nas  verdadeiras causas da felicidade ao invés de coisas que podem ou não catalisá-las. E isto é, basicamente, a diferença entre perseguir o darma e as “Oito Preocupações Mundanas.” Algumas pessoas realmente meditam para obedecer as “Oito Preocupações Mundanas”, apenas pelo prazer que eles adquirem ao meditar. Eles estão encarando a meditação como quem toma uma xícara de café, ou como quem faz uma corrida ou uma massagem. Isto não é ruim ou errado, mas é muito limitado. A meditação pode fazer algo que uma boa massagem não pode. Ela pode realmente curar a mente.

Em “Genuine Happiness”, você escreve: “Quando estamos passando por alguma insatisfação ou depressão sem uma causa externa clara, quando não há problemas de saúde, problemas no casamento ou outra crise pessoal, poderia ser este um sintoma ou uma mensagem vinda, para nós, através de um nível mais profundo de sobrevivência biológica? Como deveríamos responder? Os antidepressivos querem dizer, basicamente “Cale a boca, eu quero fingir que você não existe.” Mas o que este sentimento está nos dizendo? ” Você pode falar sobre isso? O que estamos falando aqui é dukkha, não no sentido de  ”eu me sinto miserável porque eu perdi algo que era precioso para mim” ou “eu não consegui algo pelo qual eu tinha verdadeira paixão” e sim esta camada mais profunda do sofrimento que é não referencial e nem orientada por estímulo. Há momentos em que, mesmo na ausência de estímulos desagradáveis​​, você ainda tem uma sensação de desconforto, de depressão, de inquietação, de que algo não está certo, mas você não consegue identificar o que é. Este é um dos sintomas mais valiosos que temos da disfunção subjacente de nossas mentes. Uma vez que você sentir que está se prendendo a isto, talvez você diga: ” Eu não gosto desse sentimento  e  vou  encobri-lo. Eu vou me perder no trabalho, na diversão, nas bebidas e nas drogas.” Esta sociedade é a mais habilidosa na história  em abafar esta sensação básica de mal-estar.

Nós estamos dentro de uma fadiga química. Eis aqui um sintoma de uma vida que não está funcionando muito bem, de uma mente que está propensa a desequilíbrios e aflições, e ao invés de usarmos isto como um sintoma de boas-vindas, nós basicamente matamos o mensageiro. A indústria farmacêutica diz que, se você se sentir ansioso, deprimido, triste ou com raiva, é por causa de um desequilíbrio químico no cérebro. “Use  o nosso medicamento prescrito e isso vai fazê-lo feliz.” A desvantagem destes medicamentos é que muitas pessoas pensam que as más experiências têm, essencialmente, uma base material, onde um desequilíbrio químico é a origem da causa. Em outras palavras, a “Segunda Nobre Verdade,”  a causa do sofrimento, é o desequilíbrio químico no cérebro e, portanto, a cessação do sofrimento significa que ele deva ser anestesiado. O que isto está fazendo é disfarçando o nosso compromisso com a realidade ao invés de chegar às raízes da depressão e da ansiedade. O que você está enfrentando é a “Primeira Nobre Verdade”. E Buda diz: ” Não basta fazê-lo calar a boca, mas reconhecê-lo, compreendê-lo.” Este é o início do caminho para a felicidade.

 Os existencialistas entenderam que estamos perseguimos a felicidade em vão. Como os budistas se diferem? No budismo , buscar a felicidade não é apenas se afastar de algo – a aquisição de objetos – mas mover-se em direção a outras, como a prática do darma. É desembaraçar-se das fontes reais do dukkha , que são internas , e mover-se em direção a uma liberdade maior, um bem-estar mental, um maior equilíbrio e significado. Na filosofia existencialista, isto refere-se a “viver autenticamente.” Afastar-se das verdadeiras fontes do dukkha em direção às verdadeiras fontes de felicidade  é , basicamente, toda a psicologia budista colocada ali mesmo.

Temos uma percepção equivocada de que se conseguirmos que tudo funcione bem,  encontraremos a felicidade que buscamos. Então chega um momento em que você diz: “Sei. Isto nunca funcionou. Não está funcionando agora e nunca vai funcionar no futuro.” Isso é o que muitos filósofos existencialistas reconheceram. Camus, Sartre… eles se referem à vaidade,  futilidade e insignificância  fundamental. O budismo, como os existencialistas, vê a vaidade, a futilidade e o vazio das” Oito Preocupações Mundanas”. Mas não basta dizer: “Eis  um problema e não há nada que possamos fazer sobre isto.” Ele diz: “Estas são as preocupações mundanas, e depois há o darma. Ter um pouco de fé seria útil, mas se não há mais nada, você ainda tem a prática “

Você argumenta que a prática nos mantém no mundo e isto é um grande desafio. Por exemplo, muitos de nós vemos o noticiário e é fácil ficar bem deprimido. Como podemos ficar no jogo sem sermos derrubados por ele? A primeira coisa é reconhecer que nem todas as notícias estão aptas para serem impressas ou transmitidas. Elas estão acontecendo em um contexto 100% comercial. Eles estão transmitindo estas notícias porque estão sendo pagos por seus anunciantes. E eles estão nos dando as notícias que vendem, que eles acham que as pessoas gostariam de assistir. É uma fatia muito seletiva sobre o que está acontecendo. Isso não quer dizer que não existam pessoas na mídia tentando prestar um serviço público, mas o próprio sistema é comercialmente direcionado. No budismo, dizemos que sim, há um oceano de sofrimento. Portanto, não é ruim mostrar que há raiva, ódio, ilusão e ganância no mundo. De certo modo, a mídia está apresentando alguns fatos muito importantes, tendo em conta que podemos olhar para as diferentes respostas emocionais em nós mesmos. Podemos sair da rotina do nosso cinismo, depressão, raiva e apatia cultivando os “Quatro Imensuráveis​​.” Quando vemos o sofrimento e as causas dele,  então é hora de compaixão.

Quando vemos as pessoas se esforçando diligentemente para encontrar a felicidade, é um momento de benignidade. Essa rara compreensão onde eles mostram algo maravilhoso que tem acontecido é um momento de alegria para a mudita -  para a alegria empática, pela alegria  da felicidade de outras pessoas e pela virtude. E, então, há as circunstâncias como os desastres naturais. Quando vemos que existem pessoas responsáveis ​​e instituições que fazem o seu melhor para aliviar o sofrimento, podemos decidir manter a equanimidade e, em seguida, realizar a  prática do tonglen (dar e receber): levar embora o sofrimento do mundo e oferecer de volta a alegria e suas causas. Os “Quatro Imensuráveis” ​​são maneiras extraordinariamente poderosas de se envolver com a realidade. E eles se equilibram. Eles são como os Quatro Mosqueteiros: quando alguém se perde, os outros saltam e dizem: “Eu posso ajudá-lo.”

Então, se você está sentindo indiferença ao invés de equanimidade, a compaixão vai equilibrar isto? Precisamente. Ou se você se encolheu e se atracou à ansiedade, então este é um momento de equanimidade.

Esta rota alternativa para a felicidade parece exigir um salto de fé, e isso pode ser assustador. Se eu me livrar de todas as aparências, o que será de mim? Nós não precisamos saltar para o fundo do poço. Os tibetanos chamam isso de “renúncia cabeluda.” É como se de repente estivéssemos apaixonados e disséssemos:  ”Ah, toda a sociedade é um abismo de fogo ardente. Eu não posso suportar isso. Eu vou sair para o êxtase de praticar o budismo.” É chamado cabeludo porque é melhor eu raspar minha cabeça para mostrar que eu estou falando sério. Então, é claro, em um ou dois dias ou em algumas semanas, você diz: “Isto não é muito divertido…e onde é que está a namorada que eu deixei para trás, mesmo?” É como uma folia. Então, o que é necessário não é um abandono repentino , abrupto e total dos oito darmas mundanos (as Oito Preocupações Mundanas) e a prática apenas do darma sublime. É como jogar uma criança na água para ensiná-la a nadar: você não vai arremessar a criança no fundo da água e ver o que acontece. Você vai levá-la primeiro para a parte rasa.

Então, tente um período de teste . Tente uma sessão de meditação pela manhã e outra à noite. Veja como isso afeta o resto do seu dia. Então, quando você começar a ter um gostinho do dharma, você pode dizer: “Bem, isto está realmente tocando meus recursos internos. Isto é bom. E não é apenas bom, é também virtuoso. E mais: estou interagindo com a realidade de forma mais clara do que eu estava no passado. Se eu quiser trazer algo de bom para o mundo , eu estou em uma posição melhor para fazê-lo.”  É uma mudança gradual nas prioridades até que finalmente o seu desejo primário, o seu valor mais alto, seja o de  viver uma vida significativa , dedicando-se ao darma . As “Oito Preocupações Mundanas,”  elas  vêm e vão. Na verdade, quando estão lá, elas podem até mesmo apoiá-lo em sua vida.

Como um combustível para a usina? Elas não são necessariamente um combustível para a usina, mas a adversidade nos fornece uma oportunidade se não houver um compromisso sensato com ela. Por exemplo, um dos maiores obstáculos para uma vida significativa é a arrogância. Bem, é realmente difícil ser arrogante quando você está em uma grande adversidade . Então, existe este mal-estar sobre o qual temos falado, se observarmos que, com sabedoria, podemos despertar a nossa curiosidade ou até mesmo buscar um poderoso incentivo para uma transformação, para podermos arrancar as causas que deram origem a tal aflição. Se você já passou por um terrível conflito interpessoal, uma perda ou uma crise financeira, por exemplo, você pode olhar para isto e dizer: “Como isto aconteceu? O que eu fiz para contribuir com isto? E por que eu estou sofrendo tanto agora?” Estas são mensagens, sintomas de uma discórdia subjacente, um desligamento da realidade, um escape para a ilusão, o ódio e o desejo. Eu acho que os “Três Venenos” são tão importantes para a compreensão da situação humana como as três leis de Newton são para a compreensão do universo físico. E quando você vê o quão importante é o darma  em face da adversidade, então ele se torna uma prioridade. Você deixa que ele  sature a sua vida. É quando o darma realmente revela seu poder: quando ele não está confinado a uma sessão de meditação aqui ou ali.

 O que me leva à sua visão de que o auge da prática do Buda não foi a iluminação sob a árvore de Bodhi e sim o serviço prestado aos outros. Eu acredito que Buda alcançou algo absolutamente extraordinário sob a árvore Bodhi , mas reconheceu que, se este evento era para ser tão significativo quanto possível , tinha que ser compartilhado com os outros. A iluminação não é algo apenas para si mesmo: ” Agora eu tenho as coisas boas, e, portanto, estou acabado.”

Civilizações inteiras foram transformadas pela presença deste homem, mas não foram  apenas os 49 dias sentado debaixo da árvore de Bodhi que fizeram isto. Foram os 45 anos seguintes,  envolvendo-se com cortesãs, mendigos, reis e guerreiros – toda a gama da sociedade humana – e tendo algo a oferecer para todos. Então, se voltarmos aos quatro aspectos de uma vida significativa, o que aconteceu sob a árvore de Bodhi é claramente o ponto culminante da virtude, da felicidade e da verdade. E pelos próximos 45 anos ele esteve lá fora, trazendo algo de bom para o mundo. Então, eu diria que Buda é o paradigma de uma vida significativa.




segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

NÃO IGNORE A IMPERMANÊNCIA...

 
Mais uma vez, não ignore a impermanência. O que quer que pareça ser prioritário em sua vida é, na realidade, bastante temporário. Vem e vai. Nada é confiável.

Nascemos sós e nus. Conforme a nossa vida se desenrola, passamos por todas as situações possíveis: necessitar, possuir, perder, sofrer, chorar, tentar… mas depois morremos, e morremos sós. Não fará a menor diferença se fomos ricos ou pobres, conhecidos ou desconhecidos. A morte é o grande nivelador. Em um cemitério, todos os corpos são semelhantes.

O nosso relacionamento com os outros é como o encontro casual de dois estranhos em um estacionamento. Olham um para o outro, sorriem e isso é tudo o que acontece entre eles. Vão embora e nunca mais se vêem. Assim é a vida – apenas um momento, um encontro, uma passagem, e depois acaba.

Se você compreender isso, não há tempo para brigas. Não há tempo para discussões. Não há tempo para mágoas mútuas. Quer pense nisso em termos de humanidade, nações, comunidades ou indivíduos, não sobre tempo para mais nada a não ser apreciar verdadeiramente a breve interação que temos uns com os outros.

Nossas prioridades mundanas podem ser irônicas. Colocamos em primeiro lugar aquilo que julgamos ser o que mais desejamos; depois descobrimos que o nosso desejar é insaciável. Pagar a casa, escrever um livro, fazer o negócio ser bem-sucedido, preparar a aposentadoria, fazer longas viagens – coisas que estão temporariamente no topo de nossa lista de prioridades, consomem nosso tempo e energia completamente e, então, no fim da vida, olhamos para trás e nos perguntamos o que todas essas coisas significavam.

É como alguém que viaja em um país estrangeiro e paga a sua viagem na moeda daquele país estrangeiro e paga a sua viagem na moeda daquele país. Quando chega à fronteira, surpreende-se ao tomar conhecimento que a moeda do país não pode ser trocada ou levada. Da mesma forma, nossas posses e aquisições mundanas não podem ser levadas através do portal da morte. Se confiarmos nelas, nos sentiremos, repentinamente, empobrecidos e roubados. A única moeda que tem qualquer valor quando viajamos pelo limiar da morte é a nossa realização espiritual.

Em um sentido mundano, é melhor nos sentirmos satisfeito e apreciarmos aquilo que já temos. O tempo é muito precioso. Não espere até estar morrendo para compreender a sua natureza espiritual. Se fizer isso agora, vai descobrir recursos de bondade e compaixão que não sabia possuir. É a partir dessa mente de compaixão e sabedoria intrínseca que você pode beneficiar os outros.

O progresso espiritual começa quando resolvemos, seja cuidadoso. Se você colocar-se no lugar do outro, vai perceber o quanto é destrutivo ferir ou matar qualquer ser, ainda que seja um inseto. Todos os seres querem viver. Se você cuidar dos outros com essa perspectiva, fechará as portas para o seu próprio sofrimento.

A mente é com um microscópio. Amplia tudo. Se você critica-se o tempo todo – “sou tão pobre, não sou suficientemente alto, meu nariz é grande demais” – se concentra a atenção em todas as suas inadequações e misérias, elas só piorarão até que, em desespero, você fique prestes a desistir de tudo.

Em vez de dizer: “sinto-me detestável. O que devo fazer?”, pense no sofrimento dos outros e gere compaixão. É muito importante, realmente, ver o sofrimento, prestar atenção no caixa do banco que está atormentando, no velho pálido e cansado que arrasta os pés pela rua, na criança que chora infeliz. Veja a profundidade do sofrimento e a partir daí dimensione o seu próprio sofrimento. Os outros estão doentes, estão imersos na guerra e na fome, estão morrendo.

Compaixão é o desejo fervoroso de que todos os seres, sem exceção, encontrem a liberação do sofrimento, desde o seu pior inimigo até o seu melhor amigo. Para desenvolver uma compaixão genuína que inclua todos, primeiro exercita a compaixão com aqueles que lhe são próximos; depois estenda-a aos desconhecidos e por fim a todos os seres por todo o espaço.

Depois direcione o seu desejo para a felicidade deles. Como a felicidade vem apenas da virtude, deseje que qualquer felicidade que os outros possam ter alcançado, em função de suas virtudes passadas, possa nunca diminuir ou ser perdida, e que possa aumentar sempre, até que alcancem a felicidade infinita e imutável. Esse desejo pela felicidade dos outros é o significado verdadeiro de amor. Regozijar-se com qualquer extensão de felicidade que os outros possam ter, traz uma alegria ilimitada à nossa própria existência.

 Reconheça sempre que a qualidade onírica da vida e reduza o apego e a aversão. Pratique o bom coração em relação a todos os seres. Seja amoroso e compassivo, não importa o que os outros façam. O que fazem não importará muito quando visto por você como um sonho. Esse é o ponto essencial. Essa é a verdadeira espiritualidade.

Se você usar manto, raspar a cabeça, rezar de joelhos todos os dias, e ainda assim se tornar mais raivoso, orgulhoso, rígido e difícil de lidar, não estará praticando a espiritualidade. Você precisa praticar a essência, que é a compaixão e o amor altruísta, e a partir daí tentar ajudar os outros da melhor maneira que puder. Use todos os seus cursos de corpo, fala e mente. Esse é o método. Seja você cristão, hindu, judeu ou budista, a compaixão e o amor são os mesmos.

Texto do livro “Vida e morte no budismo tibetano”, por Chagdud Tulku Rinpoche.A vitória sobre as falhas e delusões leva à vitória sobre a morte. Meu desejo para cada um de vocês é que alcancem as qualidades de compaixão e sabedoria e o supremo e imortal estado de iluminação.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

AMOR PROIBIDO É MAIS GOSTOSO?

Amor proibido é mais gostoso?
Por: Rosana Braga
- rosanabraga@rosanabraga.com.br


Diz o ditado que tudo o que é proibido é mais
gostoso e não há como negar que existe alguma
verdade nisso. Diferenças à parte, a maioria das
pessoas tende mesmo a se empenhar para
conquistar algo ou alguém que apresente algum
mistério ou boa dose de dificuldade.
O que se busca, acima de tudo, é a adrenalina que
o proibido provoca. Ainda mais quando se trata da
possibilidade de viver um amor... proibido. E
proibido por quê? Existem várias razões para o uso
deste rótulo, mas no final das contas, penso que a
razão é o que menos importa.
Diferença de idade, classe social ou raça... ou
ainda o encontro entre pessoas comprometidas, a
questão é uma só: por que algumas pessoas
parecem viciadas em viver amores proibidos? Até
dizem que não querem, mas que acontece - como
se nada pudessem fazer para evitar. Ou seja, tem
algo neste encontro que deve mesmo ser viciante.
Aposto que, na maioria das vezes, não se trata de querer ferir alguém, mas de desejar, de modo
visceral e até insano, viver intensamente. Tudo o que muitas pessoas desejam, talvez até sem se
dar conta, é viver uma paixão avassaladora. É se jogar de corpo e alma numa situação em que
pouco importa se o mundo está prestes a desabar, porque a sensação é de que apenas um
instante pode fazer todo o resto valer a pena!
E para algumas pessoas em especial, esse ritmo alucinante de viver às escondidas, de ter de
inventar um mundo paralelo, de ter que se superar e encontrar as mais inusitadas formas de
satisfazer esse desejo torna-se sua razão de existir. Como se qualquer loucura pudesse ser
justificada e perdoada.
Entretanto, na vida real o final dessa história nem sempre é feliz. Aliás, muitas delas se
transformam em dor e lágrimas e, em alguns casos, terminam até em tragédia. Por isso, se você é
viciado em amores proibidos, como se vivesse numa gangorra de emoções, ora incrivelmente feliz,
ora absurdamente dilacerado, talvez seja momento de rever as fórmulas que você usa para colorir,
encantar e dar sentido à sua história.
É possível viver paixões saudáveis. É possível buscar intensidade e adrenalina em outras fontes
menos perigosas e mais compensadoras. É possível, sobretudo, amar apaixonadamente alguém que
não seja proibido. Como? Aprendendo que paixão precisa ter prazo de validade, justamente porque
é viciante. E tudo o que é vício engana o livre-arbítrio, tornando-nos reféns e escravos da
situação.
Descumprir regras pode ser muito saudável quando elas são limitantes e sem propósito, mas viver
em função de transgredir pode ser sinônimo de imaturidade e medo de crescer. Medo de arriscar,
dar certo e não saber o que fazer com as exigências de um amor de verdade. Lembre-se de que
uma fogueira pode aquecer e acolher, mas um incêndio devasta e destrói tudo o que vem pela
frente.
Dois exemplos de amores proibidos vividos no cinema, mas com condutas completamente
diferentes, são os filmes 'Perdas e Danos' e 'As Pontes de Madison'.  Diante do desejo que inunda o corpo e alma dos personagens centrais, cada qual faz sua escolha baseando-se, acima de tudo, na capacidade de enxergar além do óbvio. Que você possa, diante de um amor proibido, conectar-se com sua essência para dar um sentido não cinematográfico, mas sagrado à sua história.

O SIGNO DE PEIXES

Segure na mão de Deus! O signo de
Peixes
Por: Graziella Marraccini
- info@astrosirius.com.br


Quem conhece um pisciano e compartilha um
pouco do seu dia a dia sabe que pode contar
com ele nos dias bons e nos dias ruins, na alegria
e na tristeza! É muito bom ter um amigo pisciano,
especialmente se ele revela suas qualidades.
Peixes é o último signo do zodíaco, o décimo
segundo. É um signo pertencente ao elemento
Água, portanto, sensível e mutável como esse
elemento da natureza, signo da pureza e da vida.
Peixes tem como regente tradicional o planeta
Júpiter e, na Astrologia Moderna, o planeta
Netuno. A Astrologia Cabalística ensina que os
grandes espíritos, aqueles que têm poucas
correções a fazer nesta encarnação, pertencem
a este signo. É neste signo que encontramos os gênios como Einstein que, ao ser perguntado se
ele acreditava em Deus, respondeu: "Eu não acredito. Eu sei".
Esse reconhecimento inato da manifestação da Vontade Divina no plano terreno pode ser uma
dádiva, mas também uma maldição. De fato, o pisciano pode ser o melhor e o pior em muitos
sentidos e sem meio termo. O planeta Júpiter (planeta que rege o ano de 2014) lhe fornece
algumas qualidades e dádivas, como sua generosidade e seu senso de justiça, e Netuno lhe
confere sua compaixão natural e seu desejo de compartilhar e de ajudar o seu próximo. O pisciano
tem os pés na terra e a cabeça no céu. Sonhador e emotivo, ele possui uma enorme sensibilidade
para o sofrimento alheio e isso o torna muito compassivo. É por essa razão, que ele se sente
responsável pelos outros, pelos natos de todos os outros signos. Consegue aceitar a dor e o
sofrimento como ninguém, porque intimamente ele sabe, ele sente que sua alma é pura, como a
Água da nascente que brota da Terra e que, como a Água, irá lavar todas as impurezas e
maldades desse mundo. E como a Água, ele se amolda aos outros e em seu desejo de eliminar o
sofrimento alheio, torna-se compassivo, consolando e aliviando seus semelhantes. Por esses
motivos, as pessoas gostam de confiar-lhe seus segredos, de compartilhar preocupações e dores
pois sabem que encontrarão consolo e apoio. Sim, eles podem ser mesmo humildes, gentis,
bondosos, altruístas e predispostos a aliviar o sofrimento alheio. Sim, eles podem ser ótimos
enfermeiros, amigos e confidentes. Porém, essas qualidades inatas podem ser seu tendão de
Aquiles! Ingênuos, eles não percebem a maldade alheia e pensam que todos são tão bem
intencionados quanto eles. Podem ser facilmente enganados como os peixinhos que se deixam
pescar com iscas artificiais penduradas num anzol!
Por essa sua dificuldade inata, é bem possível que o pisciano se esqueça de agir, de lutar pelo que
deseja. Em seu íntimo, considera que a Luz virá suprir suas necessidades no final. E tem razão!
Sua fé na justiça divina pode fazer com que ele pareça passivo porque nem sempre luta pelo que
deseja. Aos piscianos, podem faltar os recursos necessários para lutar no mundo material porque,
no fundo, eles sabem que tudo é ilusão, que estão aqui de passagem e que a sua meta, como
aquela de todos nós, é aquela de evoluir espiritualmente, mesmo que isso aconteça através do
sofrimento e da dor.
Quando eles desistem de lutar, porém, podem cair bem fundo, no poço dos vícios e das drogas, da
fuga da realidade. Esta percepção passiva da realidade material pode ser nociva para sua
evolução espiritual. De fato, eles precisam manifestar a Luz que recebem naturalmente do plano
Divino, caso contrário, não irão concretizar sua missão terrena. O serviço e a devoção deve ser o
propósito principal de sua vida. Se o Aquário distribui o saber intelectual do conhecimento, o
Peixes distribui a Água pura da própria vida!
Portanto, se os piscianos ficam na passividade não irão cumprir a sua missão solar que, por causa
do planeta Netuno que os rege na Astrologia Moderna, os obrigam a compartilhar o Conhecimento.
A sabedoria deles não pode se limitar a ter a percepção do pertencimento ao Todo Divino, mas os
obriga a compartilhar o Conhecimento com a toda a humanidade!
Segundo a Astrologia Cabalística, os piscianos estão conectados com uma freqüência espiritual tal
que lhes possibilita saberem o que precisam fazer, mas eles precisam também escolher os meios
para fazê-lo! A percepção consciente da dimensão espiritual que possuem não deve tirar seus pés
do chão antes do tempo. Lute pelo que você deseja, pisciano, peça muito ao Céu e não se
contente com pouco. Lembre-se das palavras do Cristo: Peça e lhe será dado! Os bens espirituais
não se contrapõem aos bens materiais. Saber aquilo que está oculto aos olhos dos outros não é
suficiente: revelar o que está oculto é sua verdadeira tarefa! Compartilhar seu saber: é sua
missão. Adivinhe qual é meu signo solar? Sim, sou uma verdadeira pisciana, no mais fundo de
minha alma.
Lembre-se também, caro leitor, que todos nós temos este signo no nosso mapa Astral.
Dependendo da Casa onde ele se encontra, você deverá desenvolver as qualidades desse signo
em relação ao seu próximo na área indicada pelo Mapa.

O QUE FAZER PARA SUPERAR OS DESAFIOS DESTE TEMPO CONTURBADO?

O que fazer para superar os
desafios deste tempo
conturbado?
 Por: Graziella Marraccini
- info@astrosirius.com.br


Viver é um desafio! Você não acha? Desde
o primeiro alento, e talvez antes mesmo, ou
seja, naquela hora H quando o bebê se
sente empurrado por uma força misteriosa,
para fora da barriga da mãe, ele já inicia
uma caminhada cheia de desafios! A forma
como iremos enfrentar os desafios irá
depender de nossa personalidade que é
geralmente muito complexa. Ela não
depende somente do signo solar, e por essa
razão, entre outras, que não devemos ler
somente nosso signo solar nos horóscopos! Ainda mais que os horóscopos, sejam eles diários,
semanais, mensais, ou até anuais, são elaborados para o coletivo e não para um indivíduo, no
caso, você. Recebo muitos emails de leitores que, após lerem o horóscopo de seu signo no
SOMOSTODOSUM, afirmam que não se identificaram com as previsões. Podemos pensar que é o
astrólogo que não é bom? Não, caro leitor, isso não tem muito a ver com a competência do
astrólogo, mas principalmente, com a complexidade de sua personalidade face a uma interpretação
mais generalizada.
Porém, é bem verdade que muitas vezes esses horóscopos nos caem como uma luva! Isso pode
acontecer principalmente quando a análise se baseia nos trânsitos planetários que influenciam um
determinado signo e/ou o signo oposto no período analisado. Por exemplo, se eu escrevo que o
nato do signo de Libra poderá se envolver numa briga ou num acidente é porque o planeta Marte
está transitando neste signo e naquela semana poderá formar um aspecto tenso com o Sol dos
librianos. Porém, vamos imaginar que uma pessoa tenha a Lua ou o Ascendente neste signo. Qual
será seu efeito do trânsito? Provavelmente, essa pessoa também estará sujeita a alterações
ocasionadas por desequilíbrios emocionais ou iniciará uma atividade esportiva podendo se arriscar
e sofrer um acidente. Como você vê, os efeitos serão similares, apesar de não serem idênticos,
mas se a pessoa não ler o horóscopo de seu signo lunar, ou do signo ascendente de seu mapa
natal, não estará preparado para enfrentar os desafios daquela semana.
No entanto, em todos esses casos, existem desafios e permanece a necessidade de enfrentá-los
e superá-los. No entanto, as armas (os meios) para enfrentá-los serão diferentes e individuais. Ou
seja: como o Sol representa o padrão de identidade e também a força de vontade, no caso acima,
o Sol enfrentará esse trânsito de forma ativa e até agressiva, a Lua o fará de forma reativa e
emocional e, no caso do Ascendente, será o corpo a reagir, talvez com um acidente ou uma febre.
Com essa reflexão em mente, comecei a pensar como cada um de nós estaria reagindo diante dos
acontecimentos dramáticos e coletivos que estão sacudindo muitos países na atualidade.
Dependendo da personalidade de cada um, as reações podem ser as mais variadas. Basta ler os
jornais, ou as opiniões postadas nas redes sociais para verificar isso! Geralmente eu consigo
perceber a qual signo pertencem as pessoas/opiniões, especialmente quando o regente do seu
signo solar é um um planeta individual.
Explico-me melhor. Alguns signos como Escorpião, Aquário e Peixes possuem dois regentes. O
antigo, que lhes foi atribuído pela astrologia tradicional que conhecia somente os planetas visíveis
a olho nu, e outro coletivo, ou seja, Plutão, Urano e Netuno. Os outros signos possuem por
enquanto só planetas visíveis, desde Mercúrio (compartilhado por Gêmeos e Virgem), Marte
(compartilhado por Áries e Escorpião); Vênus (compartilhado por Touro e Libra), Júpiter
(compartilhado por Sagitário e Peixes) e Saturno (compartilhado por Capricórnio e Aquário).
Voltamos a Escorpião, Aquário e Peixes que já 'descobriram' seus planetas coletivos. Seria por
essa razão que eles estariam mais preparados para os desafios do mundo atual? Escorpião, com
sua visão de raio X, sua necessidade de reformular, reestruturar e recompor, seria o artífice da
morte e renascimento dessa nossa humanidade através da transmutação? Aquário, com seu
espirito de fraternidade e justiça seria o artífice do processo de demolição das antigas estruturas?
Peixes, com sua espiritualidade e idealismo seria o artífice de um mundo com mais compaixão e
amor ao próximo?
Estamos num processo de mudanças de Eras, como já expliquei em vários artigos publicados no
STUM e no meu site pessoal (www.astrosirius.com.br). A Era de Peixes que finda e a Era de
Aquário que surge no horizonte. Essa transição não se faz sem dor, sem estardalhaço, sem
confusão! Podemos usar um anestésico, como aquele proveniente da alienação fornecida pelas
drogas ou pela religião, mas creia-me, a mudança se fará com dor, muita dor! A mulher que está
dando à luz, apesar do anestésico, sofre as dores do parto! O anestésico age sobre o corpo físico,
mas não sobre a alma e nem sobre a consciência!
Não se iludam. Assistiremos a muita destruição, muitos desastres naturais, muita violência e
repressão. Aquário nos brinda com a colisão final entre o bem e o mal ou seja, entre opostos, não
somente físicos, mas aqueles da consciência!
Temos um enorme desafio pela frente e teremos que optar: ficaremos onde estamos, agarrados
aos nossos conceitos e "preconceitos" ou optaremos para ampliar nossa consciência individual,
alcançando a dimensão da consciência coletiva e consequentemente da consciência cósmica? Se
conseguirmos compreender que este salto de consciência depende de nos mesmos, ou do Deus
que introjetamos dentro de nós, então estaremos enfrentando todos os desafios de forma
participe, integrados com a Consciência Divina.
Porém, existe o perigo do orgulho escondido por traz desse desafio. Você está pronto a enfrentá-
lo? Não esqueça do perigo que a 'sombra' representa, essa mesma 'sombra' que se apoderou dos
homens/deuses e que destruiu Atlântica! A 'sombra coletiva' está a espreita. Aqueles que como eu
buscam um salto quântico através do Conhecimento e da Espiritualidade, devem desenvolver a
integridade interior, a sinceridade das intenções sem esquecer a humildade diante dos desígnios
divinos. A união dos seres espiritualizados será capaz de vencer o mal? Tenho certeza que sim. O
tumulto, o caos coletivo, a desintegração da sociedade capitalista atual (ou a comunista ou
socialista) dará finalmente lugar ao maravilhoso mundo novo? Procuramos o auxilio de métodos
psicológicos, espirituais e alternativos mas serão eles suficientes ou teremos que buscar novos e
criativos recursos coletivos para nos salvar?

REVOLUÇÃO SOLAR

Revolução Solar
Por: Elisabeth Cavalcante
- elisabeth.cavalcante@gmail.com



Revolução Solar
A cada ano, quando celebramos nosso aniversário,
um novo ciclo se inicia em nossa vida.
Simbolicamente, é como se vivêssemos um
renascimento e, por isso, podemos deixar
definitivamente para trás muitas questões
vivenciadas até aquele período.
Entre os vários estudos astrológicos que nos
permitem analisar a influência dos planetas em
nossa vida, está a Revolução Solar, um mapa
astrológico anual, que é feito no aniversário e tem
a validade de 12 meses, até o aniversário seguinte.
Este mapa é sempre analisado comparativamente
com a carta astrológica natal, e pode dar muitas
indicações acerca de quais as áreas de nossa vida
estarão sendo mais ativadas naquele ano.
A base de cálculo deste estudo é a posição do Sol, ou seja, consideramos o momento simbólico do
nascimento na Revolução Solar, aquele em que o Sol se encontrará exatamente no mesmo grau do
dia em que nascemos.
E isto nem sempre coincide com a data de nosso aniversário, pode ocorrer um dia antes ou um dia
depois. Para conhecer o momento exato da Revolução é imprescindível não apenas a data de
nascimento, mas também o local, isto é, a cidade onde se passou o aniversário.
A partir destas informações, obtemos o mapa anual e ter este conhecimento pode ser muito útil
para se evitar possíveis dissabores, como por exemplo, a concretização de uma sociedade de
negócios, que poderá resultar em fracasso, se as configurações da Revolução Solar se mostrarem
desfavoráveis para esse tipo de iniciativa.
Também podemos antever onde residirá nossa maior força e quais as oportunidades que poderão
surgir.
Atuar em sintonia com as energias planetárias, que predominam a cada momento, é sempre
adequado para quem busca se aprofundar no autoconhecimento, e para isto a Revolução Solar é
um instrumento dos mais úteis.
A vida é feita de mudanças e desafios permanentes e estar preparado, ou pelo menos, ciente das
áreas de nossa vida em que eles mais fortemente se apresentarão, permite-nos adentrar nas
situações com uma vantagem essencial que é a consciência.

PARA SER AMADO,VOCÊ SÓ PRECISA SE AUTORIZAR A SER!

Para ser amado, você só precisa se autorizar a ser!
Por: Rosana Braga - rosanabraga@rosanabraga.com.br


Hoje li uma notícia que me fez chorar. Linda. Sobre amor, claro! Mas
antes de ser linda, a notícia é extremamente lamentável. Vou
explicar: não sei se você sabe, mas na Índia, havia se tornado
prática uma pessoa rejeitada castigar aquela que a rejeitou. E o
castigo era medonho! O rejeitado jogava ácido no rosto de quem o
rejeitou.
Mais ou menos assim: alguém se declara para você. Diz que te ama e
quer se casar contigo. Você, no seu direito, diz que infelizmente não
sente o mesmo e que, por isso, não podem ficar juntos. E por ter
declinado da oferta do outro, quando menos espera, recebe um
banho de ácido que desfigura todo seu rosto e partes do seu corpo
para sempre.
Dá para imaginar as próximas cenas: cirurgias, tratamentos, muita, muita dor, tanto física quanto
emocional, raiva, desespero, revolta, perda de todas as esperanças, medo de jamais conseguir ter
uma vida social. E ser amada, então? Tente supor todos os terrores com os quais esta pessoa tem
de lidar. Certamente, vem a sua mente: 'nunca, jamais alguém vai me amar com o rosto
desfigurado deste jeito'. Dói só de escrever. E imagino que doa em você só de ler.
Mas sabe por que a notícia que li é tão linda? Porque prova que nada, nada mesmo, é mais
poderoso que o amor. Que quando ele toca um coração, as portas e janelas do mundo se abrem.
Tudo é novo e as possibilidades são inimagináveis. Vale lembrar, porém, que o amor só pode tocar
um coração que se mantenha pulsante, oferecendo ao mundo a sua essência. Porque não é na
mera vontade que o amor floresce, e sim nas atitudes, nas escolhas, na permissão que você se dá
de ser. De ser você! Como for, onde for...
Laxmi, uma jovem mulher de 24 anos, teve seu rosto desfigurado aos 14, quando recusou o pedido
de casamento de um pretendente. Amargou dores dilacerantes por longos anos. Até que tomou
uma decisão: usar sua dor para salvar vidas. Decidiu lutar por mudanças. E tornou-se líder da ONG
"Stop Acid Attacks", atuando contra esta prática que se tornou um grave problema social em seu
país.
Mas apesar de toda a sua coragem, Laxmi ainda considerava impossível ser amada algum dia.
Assim, dedicou sua vida a vida de tantos outros que corriam o risco de passar pela mesma
tragédia. E por ter se autorizado a ser quem ela é, do jeito que é, com todo seu potencial e
também toda sua limitação, Laxmi brilhou. E iluminou tudo ao seu redor. E atraiu o amor. Porque é
de luz que o amor precisa!
Conheceu Alok, um homem de 25 anos que também lutava pelo direito ao amor de milhares de
meninos e meninas. E por passarem horas e horas compartilhando o mesmo ideal, Alok enxergou
Laxmi para além do que seus olhos veem. Alma com alma. Coração com coração. Porque, no final
das contas, é sempre assim. Amor de verdade nasce dentro. Nunca fora. Fora é a morada
transitória da paixão. Dentro é o castelo sagrado do amor.
Por isso, não se engane: seja como for, existe alguém, em algum lugar, que pode perfeitamente se
encantar por você. No entanto, é preciso que você, antes, autorize-se. Permita-se ser. Não sem
dor. Não sem medo. Não sem limitações. Não perfeito. Apenas você. Com tudo o que é. Mas
disposto a acender suas luzes internas e oferecer ao mundo o que você sabe fazer de melhor. E
se ainda não sabe, então que aprenda. Porque é possível. Porque o amor faz milagres!