Os desafios da educação para uma Nova Era
por Flávio Bastos - flaviolgb@terra.com.br
No processo educativo, subestimamos a criança que nasce com potencialidades inerentes, relacionadas a conhecimentos adquiridos em outras vidas.
Sigmund Freud afirmava que a pulsão sexual é inerente ao ser humano, e que cada indivíduo canaliza de forma consciente ou transfere inconscientemente essa energia de uma forma construtiva ou destrutiva, conforme a sua estrutura psíquica. Nesta direção, a minha experiência no âmbito da Psicoterapia Interdimensional aponta a perversidade como uma energia que nos acompanha desde tempos remotos. Portanto, a educação transformadora e o autoconhecimento de nível avançado, que vai além da barreira intrauterina, tornam-se fatores estimulantes para a aceitação da energia do bem como prática natural no cotidiano da vida. Processo que canaliza a energia sexual de forma equilibrada e saudável para o corpo, mente e espírito. Digamos que falta à ciência um estudo mais profundo sobre a perversidade humana, para uma compreensão mais precisa dos efeitos da energia do bem em nossas vidas. O que são os desequilíbrios humanos geradores de dor psíquica e sofrimento físico, se não o resultado de nossas experiências pregressas?
Imagine o ser inteligente que renasce para mais uma jornada de aprendizados a partir do ambiente familiar. Neste meio, que pode ser tanto na riqueza quanto na pobreza material, pois, caráter não escolhe classe social, ele depende de exemplos -bons ou maus- para ter uma referência que altere positiva ou negativamente a índole que traz consigo de vidas passadas.
Neste sentido, as experiências da criança com a relação parental determinam que tipo de companhia prevalece na vida do futuro adulto. Companhias saudáveis na infância, tendem a formar adultos equilibrados e amorosos, cuja experiência na relação com os pais, tende a alterar positivamente o caráter do indivíduo. Ao contrário, companhias severas e distantes, tendem a formar adultos psiquicamente desequilibrados, inseguros e com demanda afetiva para o resto da vida, além de influir na alteração negativa do caráter do filho.
Durante o processo infantil, tornam-se referências secundárias -e em certos casos primária-, avós, tios, professores e padrinhos. Por este motivo, pelo menos na teoria, a educação da criança é considerada de responsabilidade social, embora os pais biológicos ou substitutos, sejam os responsáveis diretos pelo processo educativo.
Na verdade, a criança não nasce pura, imaculada, mas receptiva ao afeto dos pais e dependente de cuidados. Quando faltam estes "ingredientes" na relação parental, cedo ou tarde surgem os desequilíbrios que associam-se à índole que o espírito traz como herança pretérita.
A educação atual, portanto, pode ser representada por duas "bolas de neve" que rolam em sentidos contrários. E o futuro da criança depende da marcante influência de seus responsáveis diretos e indiretos na escolha da direção de sua vida.
Como psicoterapeuta interdimensional, tenho acompanhado diversos casos que trazem a marca do trauma da experiência infantil. Sequelas que repercutem intensamente no psiquismo e comportamento do adulto, desarmonizando-o. O que demonstra que a maioria dos seres humanos estão despreparados para a missão de educar filhos que são espíritos milenares, e que trazem consigo uma bagagem e uma expectativa de reencontro que gere crescimento para os envolvidos em uma nova proposta de união familiar.
Nesta lógica, falta ao homem moderno redimensionar os papéis de mãe e pai no palco da vida, como também o papel da família. E à sociedade, redimensionar a função do professor visualizado pelas lentes da valorização profissional e da responsabilidade social.
Neste amplo contexto, os desafios da educação para uma Nova Era, não passam pela promoção da benevolência de caráter religioso sem a devida compreensão dos mecanismos geradores da perversidade humana. Caso contrário, é recair no erro de nos tornarmos pessoas de aparência "bondosa", mas com um interior ainda mal resolvido com o seu histórico de muitas vivências no plano físico.
Um exemplo de nosso equívoco, é a Igreja envolvida numa crise sem precedentes em sua história, tornando público uma rede de intrigas e interesses que disseminam a discórdia entre representantes que deveriam cultivar sentimentos nobres relacionados ao espírito.
A maledicência é o que sai do pensamento, da ação e da boca do homem. Seja na versão mais ou na versão menos contundente para o semelhante e para si próprio. Neste sentido, a Era da Sensibilidade chega para que despertemos para o real significado da educação inserida em um contexto reencarnacionista e interdimensional.
Nos dias atuais, por influência do velho paradigma, a sociedade faz como o avestruz, que diante do perigo esconde a cabeça num buraco por achar que desta forma esteja seguro e protegido, pois, temos uma dificuldade de compreender que o comportamento humano encontra-se energeticamente condicionado pela prática das pequenas, médias e grandes maldades cometidas durante os milênios de existência do homem sobre a face da Terra. Ato repetitivo que ocorre cotidianamente, geração após geração de humanos, sem termos a clareza necessária sobre os efeitos desta energia na nossa saúde física, mental e espiritual.
O novo paradigma da era que se inicia, exige desafios no sentido de tornar a educação uma única bola de neve que cresce conforme a direção que dermos à sua trajetória. E este direcionamento começa pelas boas companhias parentais na infância, e segue, consequentemente, com as escolhas de boas companhias durante toda a vida.
Neste processo de despertar consciencial, a exata noção de bem ou de amor, começa a ser apropriado pelos pais durante a experiência relacional com seus filhos. Estes, por sua vez, apropriam-se do conhecimento transmitido via educação. É o efeito bola de neve que avança geração após geração de uma mesma família.
A importância da missão de educar e da tarefa de ensinar passa pela apropriação do bem como uma diretriz de vida. Situação que envolve -e compromete- todos os segmentos de uma sociedade, a começar pelo compromisso que representa a associação familiar. Mas para que a utopia torne-se prática real, a culpa e a maledicência, aos poucos, deve ser erradicada do convívio humano. Mais por pressão da Nova Era que torna a educação a "mola-mestra" da mudança de paradigma de traço perverso que nos acompanha há milênios.
O bem, sem a apropriação do indivíduo durante o processo educativo, será sempre superado pelo traço perverso, cuja experiência acumulamos durante o ciclo das reencarnações. No entanto, nunca é tarde para recomeçarmos, embasados numa nova mentalidade que, perceptível ou imperceptivelmente, nos estimula a desafiar e avançar, sempre.
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