Quando a vida diz não
por Alex Possato
Um dia, fomos crianças. E como as crianças reagem, quando são contrariadas? Umas, batem o pé.
Protestam. Brigam. Outras, se calam… mas, por dentro, odeiam. Querem matar. Raras são aquelas
que levam numa boa…
Hoje, nós somos adultos. Crescemos. Adquirimos pelos, rugas, cabelos brancos, quilômetros
rodados, algumas vitórias, e muitas desilusões. A vida nos contraria, a todo tempo. Seja porque
nosso amado não responde da forma como gostaríamos. Seja porque os projetos não vão para
frente. Ou, às vezes, nem mesmo conseguimos projetar alguma coisa. Ouvimos muitos nãos. Não
de alguém querido. Não do bolso vazio. Não do corpo. Não do trabalho. Não até do caminho
espiritual.
Almejamos a paz, o amor, a prosperidade, a iluminação, saúde, companheirismo, um trabalho que
nos dê prazer, uma vida tranquila, seja lá o que for, assim como, algum dia, quisemos um
brinquedo novo, ou o elogio do papai, o abraço da mamãe… E talvez a vida tenha dito: não!
Muitas pessoas adultas, mas muitas mesmo, reagem aos nãos da vida com a estratégia aprendida
quando criança. Parte deste adulto parou no estado emocional infantil. Daquela criança que batia
o pé. Ou se encolhia em si mesma, cheia de mágoa e projetos de vingança: um dia ela vai ver!
Inteligência emocional e libertação
Um dos maiores passos que alguém pode dar rumo ao seu próprio desenvolvimento como ser
humano e como ser espiritual é olhar definitivamente para este lado birrento que talvez ainda
exista em si. E o impulsiona a tomar atitudes e estratégias na vida somente para que esta criança
seja vista, ouvida, validada. Esta criança não é mais você, mas você ainda continua buscando
aprovação, conforto, proteção… seja nos seus relacionamentos, seja no seu trabalho, seja no seu
caminho espiritual… E se você fugiu para dentro da caverna, talvez esteja revivendo aquela
criança que não quis ou não soube como reagir. Lá atrás… muito tempo atrás!
O passado não existe. É passado. Embora, para o cérebro humano, tudo aquilo que é relembrado,
pensado, se transforma no aqui e agora. Vira presente. Ou seja: você só não consegue se libertar
do passado porque ainda tem fatos não compreendidos e não aceitos dentro de si. Consciente e
inconscientemente, sua mente dá vida a eles. Dá vida aos fantasmas. E estes fatos não
desgrudam de si porque existem mágoas, cobranças, dores.
Sentimentos e emoções plenamente corretos, pois você viveu situações onde houve feridas. E só
você pode saber o grau das feridas que possui. Porém, isso já faz muito tempo, não é mesmo? Por
isso, mais do que pensar e justificar a sua vida atual devido às heranças dolorosas do passado, é
necessário reviver estas mágoas e dores emocionais, compreendê-las, e libertá-las. Nada é
possível fazer pelo passado. O passado não pode ser mudado. Por pior ou melhor que ele tenha
sido, não há nada a fazer. Busque terapia. Vá atrás de terapeutas que o auxilie a reviver estas
emoções, em ambiente seguro, e liberá-las. Talvez você não saiba, mas tudo o que você atrai na
sua vida tem a ver com os sentimentos que carrega em si. Se sente-se abandonado, atrairá
relações afetivas que irão abandoná-lo. Se sente-se impotente, atrairá situações profissionais e
financeiras que trarão situações complicadas, demonstrando que você não tem poder sobre nada.
Se imagina ser doente – fisicamente, emocionalmente, financeiramente… atrairá inúmeras formas
de doenças: do corpo, do bolso, das relações, da mente…
E isso não é ruim. Ao contrário. É ótimo. Embora num primeiro olhar pareça complicado, tal qual
aquela prova de álgebra ou equação do segundo grau que não conseguíamos resolver na escola, é
a grande oportunidade de olhar para o estudo que ainda não compreendemos, estudar, e tirar a
nota média para passar na prova.
Isso se chama inteligência emocional: aprender a lidar com nossas emoções reprimidas. Que se
transformarão em força e sabedoria, após “passarmos na prova”. Imagine você sabendo lidar com
o seu medo de abandono? Medo da pobreza? Sentimento de exclusão? Vitimismo? Sensação de
dependência? Confusão interna? Medo da raiva? Ou da morte? Ou das perdas?
Tudo isso se faz vivenciando as emoções. Não existe caminho intelectual para saber lidar com as
emoções. Você é um ser que pensa, mas principalmente, um ser sensível. A sensibilidade tem sido
muito desprezada neste mundo masculinizado, mental, pragmático, focado em metas, prazos e
resultados… Se, por um lado, esta fase foi importante para alavancar o conhecimento e
modernizar nosso mundo, por outro lado, acabamos castrando nosso lado feminino, sensível,
intuitivo e emocional que, quando saudável, sabe lidar perfeitamente com as emoções. Sabe se
conectar com a sabedoria universal. E sabe sorrir e aguardar, quando a vida diz não.
Quem sabe esteja na hora de equilibrarmos nossas polaridades? Aprendendo a lidar tanto com a
mente racional, como com a mente emocional? Para, então, caminharmos para além desta mente,
entendendo que emoções e pensamentos são volúveis, mutáveis, instáveis… e que talvez possa
existir algo além disso, infinito, presente, estável… nosso verdadeiro ser, onde o espírito repousa
eternamente em si mesmo…
Meditação
BOLETIM DE AUTOCONHECIMENTO
O PODER DO PENSAMENTO
SEU NOME DIZ MUITO DE VOCÊ
OLÁ,AMIGOS!
Sejam bem vindos ao meu Blog! Fiquem à vontade para criticar ou elogiar meus posicionamentos...
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quarta-feira, 11 de novembro de 2015
O PONTO CEGO
O ponto cego
por Adriana Garibaldi
Todos carregamos um ou vários pontos cegos em nossa personalidade. Ângulos escuros que
desconhecemos.
Acreditamos piamente que somos capazes de nos avaliar de modo correto, que sabemos
exatamente quem somos, nossos sentimentos e desejos ocultos, nossas deficiências.
Contudo, existem muitos pontos cegos em nós e nos surpreendemos ao constatar o montante que
em nós somos incapazes de enxergar.
Ver os traços que nos desagradam nos outros é fácil, mas enxergá-los em nós mesmos é bastante
cheio de contradições, não por autocomplacência ou por nos imaginarmos como seres perfeitos,
criaturas resolvidas, mas porque de fato existe aquela cegueira que nos impede de fazer uma
avaliação clara a respeito de muitos de nossos aspectos mais profundos e desconhecidos.
Quando nos referimos ao nosso lado sombra, logo imaginamos ser como um monstro de sete
cabeças que se esconde nas profundezas da nossa alma prestes a nos atacar. No entanto, nosso
lado sombra representa a totalidade de nossos pontos cegos, aquilo que não vemos, que fica na
sombra da consciência e, não necessariamente, exprime uma faceta perversa. Pode nossa sombra
bem ser aquela parte que nos impulsiona ao progresso, despertando-nos e nos cutucando. Uma
parte oculta que nos cabe desvendar, olhando para nossos próprios mistérios e riquezas, valores e
também deficiências, sem temê-las.
Abraçar nossa sombra é integrá-la à nossa parte consciente, permitindo-nos usufruir de todo o
potencial de experiência que faz parte da nossa totalidade ainda desconhecida e profundamente
rica.
As contingências da vida funcionam como gatilhos que acionam os registros ocultos, tendências e
sistemas de crenças que precisam ser revistos e analisados com o propósito de reformulá-los.
Temos plena consciência que o grande cabedal de conhecimentos adquiridos por nós em vidas
sucessivas compõem nossa bagagem emocional, psíquica e espiritual em que aquisições nobres
coabitam com algumas falhas e desvios de personalidade que viemos carregando por séculos a fio
sem termos a lucidez necessária para olharmos para isso tudo com objetividade. Um ponto cego
ou vários pontos cegos que precisaremos ver.
A nossa vida é como uma peça de tapeçaria que confeccionamos ponto a ponto, laço a laço, nó a
nó.
Os pontos representam as nossas ações conscientes, nossos esforços individuais em nos
conhecer e acertar o passo à procura de nosso crescimento individual.
Os laços refletem as relações interpessoais, envolvimentos afetivos felizes, interações proveitosas
em que a nossa afetividade é construída em vínculos genuínos de intercâmbio fraterno.
E os nós? Ah, os nós... Os nós são nossa pedra de tropeço, nossos desafios, nossos inimigos
declarados ou não, enfim, a bagagem cármica que nos instiga e às vezes nos combate. Uma
parcela de experiência em princípio desconfortável, porém, imensamente proveitosa ao nosso
crescimento, já que através dela somos capazes de entrever nossos pontos cegos, nossa sombra,
em todas as nuances e matizes desde o mais escuro ao mais claro.
Aquelas criaturas difíceis que habitam em nosso espaço, sem dúvida, são nossos mais
competentes professores com os quais podemos aprender a arte da paciência e do respeito às
diferenças, são eles que nos ajudam no caminho da autopercepção.
Ampla escola de sabedoria onde aprendemos a desfazer os nós apertados de dor que nos
aprisionam mutuamente, libertando-nos a nós e aos outros, por médio do amor e do perdão, capaz
de trazer claridade e paz às nossas vidas.
por Adriana Garibaldi
Todos carregamos um ou vários pontos cegos em nossa personalidade. Ângulos escuros que
desconhecemos.
Acreditamos piamente que somos capazes de nos avaliar de modo correto, que sabemos
exatamente quem somos, nossos sentimentos e desejos ocultos, nossas deficiências.
Contudo, existem muitos pontos cegos em nós e nos surpreendemos ao constatar o montante que
em nós somos incapazes de enxergar.
Ver os traços que nos desagradam nos outros é fácil, mas enxergá-los em nós mesmos é bastante
cheio de contradições, não por autocomplacência ou por nos imaginarmos como seres perfeitos,
criaturas resolvidas, mas porque de fato existe aquela cegueira que nos impede de fazer uma
avaliação clara a respeito de muitos de nossos aspectos mais profundos e desconhecidos.
Quando nos referimos ao nosso lado sombra, logo imaginamos ser como um monstro de sete
cabeças que se esconde nas profundezas da nossa alma prestes a nos atacar. No entanto, nosso
lado sombra representa a totalidade de nossos pontos cegos, aquilo que não vemos, que fica na
sombra da consciência e, não necessariamente, exprime uma faceta perversa. Pode nossa sombra
bem ser aquela parte que nos impulsiona ao progresso, despertando-nos e nos cutucando. Uma
parte oculta que nos cabe desvendar, olhando para nossos próprios mistérios e riquezas, valores e
também deficiências, sem temê-las.
Abraçar nossa sombra é integrá-la à nossa parte consciente, permitindo-nos usufruir de todo o
potencial de experiência que faz parte da nossa totalidade ainda desconhecida e profundamente
rica.
As contingências da vida funcionam como gatilhos que acionam os registros ocultos, tendências e
sistemas de crenças que precisam ser revistos e analisados com o propósito de reformulá-los.
Temos plena consciência que o grande cabedal de conhecimentos adquiridos por nós em vidas
sucessivas compõem nossa bagagem emocional, psíquica e espiritual em que aquisições nobres
coabitam com algumas falhas e desvios de personalidade que viemos carregando por séculos a fio
sem termos a lucidez necessária para olharmos para isso tudo com objetividade. Um ponto cego
ou vários pontos cegos que precisaremos ver.
A nossa vida é como uma peça de tapeçaria que confeccionamos ponto a ponto, laço a laço, nó a
nó.
Os pontos representam as nossas ações conscientes, nossos esforços individuais em nos
conhecer e acertar o passo à procura de nosso crescimento individual.
Os laços refletem as relações interpessoais, envolvimentos afetivos felizes, interações proveitosas
em que a nossa afetividade é construída em vínculos genuínos de intercâmbio fraterno.
E os nós? Ah, os nós... Os nós são nossa pedra de tropeço, nossos desafios, nossos inimigos
declarados ou não, enfim, a bagagem cármica que nos instiga e às vezes nos combate. Uma
parcela de experiência em princípio desconfortável, porém, imensamente proveitosa ao nosso
crescimento, já que através dela somos capazes de entrever nossos pontos cegos, nossa sombra,
em todas as nuances e matizes desde o mais escuro ao mais claro.
Aquelas criaturas difíceis que habitam em nosso espaço, sem dúvida, são nossos mais
competentes professores com os quais podemos aprender a arte da paciência e do respeito às
diferenças, são eles que nos ajudam no caminho da autopercepção.
Ampla escola de sabedoria onde aprendemos a desfazer os nós apertados de dor que nos
aprisionam mutuamente, libertando-nos a nós e aos outros, por médio do amor e do perdão, capaz
de trazer claridade e paz às nossas vidas.
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