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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

A SUBJETIVIDADE DO APOCALIPSE

A Subjetividade do Apocalipse

 por João Carvalho Neto

 Dando continuidade ao texto "Eu e a transcendência", pretendo expor aqui algumas ideias que podem trazer um novo entendimento para as perspectivas apocalípticas do final dos tempos. Conforme defendi, a Física Quântica demonstra que a realidade é apenas um estado de consciência diante de infinitas possibilidades que o universo nos apresenta, de tal forma que, ela só existe enquanto percepção que se tornou generalizada pelos processos de educação e condicionamento. Se buscarmos analisar o processo evolutivo do ser humano, temos a tendência de analisá-lo como um aprimoramento da alma no rumo da conquista de virtudes cada vez mais sublimadas. Mas isso pode ser apenas um aspecto fragmentado dessa evolução, restrito a uma faixa dimensional, e que funciona mais para flexibilizar nosso estado egocêntrico em que se sustenta a percepção da realidade concreta do que como meta para se alcançar modelos de perfeição. Quero dizer com isso que tornar-se bom, humilde, caridoso, entre outras aptidões para a chamada evolução pode não ser meta em si mesma, mas um exercício que vá diminuindo a rigidez egoica com que sustentamos nossas certezas da vida para podermos vir a transcendê-la. Com isso, o processo evolutivo passaria a se dar em função da quebra do aprisionamento à realidade tal qual a entendemos, para avançarmos na direção de universos multidimensionais, em uma caminhada para o retorno ao Deus Campo de onde provimos. Sabemos que, da mesma forma que a ontogênese repete filogênese, a vida do ser humano encarnado retrata a evolução anímica. A criança se desenvolve da imaturidade para a maturidade, da concretude para a abstração. Quando nasce, ela não tem uma percepção da vida e, aos poucos, vai construindo a visão de um mundo que assumirá como sendo real. Possivelmente, a evolução da alma humana esteja se dando da mesma forma. Ao iniciarmos nossa jornada neste universo tridimensional, não tínhamos uma concepção clara da realidade, que foi se solidificando de encarnação em encarnação, avançando para uma compreensão do mundo e da matéria que o sustenta, crescendo aceleradamente. O mundo como o entendemos não foi sempre assim como o vemos hoje, mas vem se tornando um estado de consciência dentro de um modelo estrutural da vida, onde ficamos aprisionados. Estamos chegando ao conhecimento das estruturas mais infinitesimais dessa matéria, alcançado explicações de como ela funciona. E com o que nos deparamos? Nos deparamos com o fato quântico de que a matéria não existe, que ela faz parte de um oceano de possibilidades onde, especificamente, temos focado nossa atenção. E o que nos aguarda agora? Justamente a caminhada inversa, o retorno a uma fase onde nossas consciências não tinham sustentação dessa materialidade. As constatações da Física Quântica nos remetem justamente ao período onde a percepção da matéria não era estável, onde ela era apenas uma possibilidade que nos ensinaram a tomar como a única realidade. Dessa forma, quando pensamos em apocalipse, como entendimento da destruição da vida planetária, talvez estejamos falando de um evento verdadeiro, não num nível coletivo ou de aniquilamento do planeta, pelo menos a priori, mas na subjetividade de cada individualidade. O que pode estar acontecendo - e me parece que isso seja muito sugestivo - é a fragmentação de uma percepção da realidade na qual acostumamos a nos sustentar. E como isso pode estar sendo estimulado? Primeiro, com as compreensões que a ciência nos tem oferecido. Depois, com um amadurecimento natural da consciência que se predispõe a alargamentos perceptivos. E, finalmente, pela instabilidade dos tempos presentes, onde as variáveis têm se manifestado nos trazendo incertezas e medos que abalam nossas convicções mais estáveis, ajudando a flexibilizar o ego que se abre para novos horizontes de aferição da vida. Talvez o apocalipse seja um salto quântico, como o que se opera no interior de um átomo, onde deixaremos, cada um ao seu tempo, o aprisionamento à realidade tridimensional para um mergulho na multidimensionalidade do campo divino.

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